BRASÍLIA, RIO e SÃO PAULO - O líder do PMDB, deputado Henrique Eduardo Alves (RN), negou conhecer o lobista João Pedro de Moura, que foi preso em São Paulo na semana passada, acusado de participar de suposto desvio de recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Henrique Alves foi nesta segunda-feira, pessoalmente, ao gabinete do ministro da Justiça, Tarso Genro, para pedir explicações sobre a informação de que a Polícia Federal (PF) filmou o lobista entrando e saindo de seu gabinete. Segundo o deputado, o ministro garantiu que nem ele, nem o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP) - que teve João Pedro como assessor na Força Sindical - estão sendo investigados pela PF.
- Só não estou mais revoltado, porque isso beira ao ridículo. Quantas pessoas passam aqui na liderança e no gabinete, perguntando pelo deputado. Eu disse ao ministro Tarso: já que a PF está filmando tudo, veja o tempo que ficou em meu gabinete. Acho que nem água devem ter servido. Não conheço. Se esse sujeito passar aqui, não vou saber quem é - disse Henrique.
Por meio de sua assessoria, Tarso confirmou que a PF não está investigando deputados no inquérito da Operação Santa Tereza. Segundo ele, para averiguar parlamentares seria necessária determinação do Supremo Tribunal Federal (STF). O ministro da Justiça informou também pediu informações ao diretor-geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Correa, e aguarda resposta a respeito da regularidade da divulgação de elementos do inquérito.
Henrique Alves disse que não irá procurar o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), para pedir providências sobre o fato de a Polícia Federal estar filmando dentro das dependências da Câmara. Ele afirma que quer que todas as imagens sejam divulgadas, até mesmo o tempo em que o lobista teria ficado em seu gabinete:
- Eu sou líder, todo mundo sabe que fico na liderança. Este ano, eu nem fui ao meu gabinete pessoal, disse.
fonte:O Globonline