sábado, 18 de outubro de 2008

QUANDO O JORNALISTA ESTRAÇALHA A ÉTICA

Muito oportuno o artigo do professor, sociólogo e jornalista Ciro Marcondes Filho, na sessão Ponto de Vista, do Diário de Natal, edição de hoje (sábado,18 de outubro). Intitulado "Quando o jornalista estraçalha a ética", o professor da ECA/USP aborda a questão moral, ética e o papel do jornalista nesse contexto. Para ele, "moral é sempre uma questão pessoal, a moral sou eu que decido ter; quando eu começo a dizer como o outro tem que ser, daí serei um moralista".
Ciro defende que a ética tem um compromisso com o presente, "pois o que é proibido hoje, não o era no passado; ela varia conforme mudam os valores sociais", diz. Fiscalizar a conduta do jornalista é um papel da sociedade, defende Marcondes que ressalta: "quando se depara com atitudes escandalosas como a de um jornalista que se usa de seu veículo, da penetração de seu jornal para influenciar desastrosamente os resultados da política".
No tocante ao papel do jornalista, o professor nos faz lembrar que o profissional é bastante assediado e tem a atribuição de fazer o meio de campo entre os grandes poderes, "que querem envolvê-lo o tempo todo, e sua própria moral, que, supõe-se, é contra esse tipo de cooptação. Têm, portanto, vida pendular." E continua: "Participam da mesa dos grande empresários e dos políticos de prestígio mas têm sempre presente sua própria miséria."
Para o professor nem todos resistem e quem se dana é a sociedade, que vê nele ( o jornalista) um articulador dos seus interesses. "E quem acaba pagando pelos desmandos, pelo arbítrio, pela decadência pública e moral da sociedade é o povo. Mas ele não tem nada a ver com isso. O inferno são os outros, conclui.

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