sábado, 15 de novembro de 2008

SENADOR GARIBALDI FALA À TRIBUNA DO NORTE

Leia, a seguir, os principais trechos da entrevista.
Aliança no RN
“Hoje nós não temos uma posição absolutamente definida para a chapa de 2010. Não queremos precipitar os acontecimentos. Logo após a eleição de 2008, eu disse que a tendência era manter a aliança (feita em Natal). Eu acredito que ainda seja, mas não fechamos ou consolidamos isso. Ainda haverá muitas conversas e entendimentos, visando a eleição de 2010”.
PMDB no RN
“Até agora o PMDB é um partido unido no Rio Grande do Norte. Tem as divergências que qualquer legenda pode ter. Eu e Henrique Eduardo sempre comungamos dos mesmos ideais e sempre tivemos as mesmas posições políticas. Passamos por situações muitos adversas. Começamos unidos, assim permanecemos e vamos permanecer. Pode haver uma divergência sobre algum ponto específico, mas isso não significa que exista divisão no PMDB do Rio Grande do Norte”.
Participação no governo
“Eu continuo dizendo que prefiro ver o PMDB apoiando a governadora administrativamente, encaminhando as grandes questões, os grandes pleitos em Brasília, mas sem uma participação no governo. Na medida em que fossemos participar do governo, o partido ficaria muito atrelado. E se não temos consolidada uma posição política, não queremos submeter o partido amanhã a uma situação na qual se diga que ele ficou no governo e, na última hora, pulou do barco. Não que isso vá necessariamente acontecer. Mas acho que devemos conduzir o partido assim (sem indicações para cargos)”.
Definição de chapa
“Não ocorreu (o convite de Wilma de Faria para o deputado Henrique Eduardo Alves ser candidato a governador numa aliança com o PSB). Se ocorresse, certamente poderia ter sensibilizado. Mas não houvesse isso. Nem sempre onde há fumaça, há fogo. Nós respeitamos a liderança da governadora. E sabemos que ela terá que exercer uma opção no momento oportuno, porque há nomes que podem ser lançados, candidatos que integram a aliança política dela e vem contribuindo para o governo”.
Eleições municipais
“O PMDB levando, em consideração o Estado todo, teve um bom desempenho, porque elegeu muitos prefeitos, vice-prefeitos e vereadores. O PMDB só não se saiu bem em Natal, assim como os demais partidos que disputaram a eleição com a candidatura de Fátima Bezerra,”.
Disputa em Natal
“Tivemos a oportunidade de mostrar a Natal um discurso conseqüente, afirmando a possibilidade de ter uma candidata com o apoio da governadora e de parlamentares. Enfim, apresentamos um discurso de continuidade. Mas a população não pensou assim e elegeu a deputada Micarla de Sousa. Agora vamos, claro, do ponto de vista administrativo, ajudar a prefeita eleita, porque nós precisamos contribuir com Natal. Não podemos ser sectários e apostar no ‘quanto pior melhor’. Ao contrário, devemos ajudar a Natal”.
MP da filantropia
“Hoje existe uma expectativa muito grande para que essa Medida Provisória (que isenta entidades filantrópicas suspeitas de irregularidades) possa ser devolvida, com o próprio governo pedindo a sua devolução. O Congresso Nacional também pode encontrar uma maneira de fazer com que essa MP não possa tramitar, enquanto não passar por uma ampla revisão. Ela ensejaria benefícios financeiros, até mesmo uma renúncia fiscal, para entidades sobre as quais paira suspeitas de uso indevido de de recursos públicos. Não é caso de se discutir simplesmente para aperfeiçoar. Se fosse isso, o Congresso deixaria que a MP tramitasse normalmente e se submetesse a um processo de aperfeiçoamento. Mas o caso é diferente. Ela tem que passar por uma mudança mais drástica. Por isso entramos em entendimento com autoridades governamentais para que ela possa ser devolvida por iniciativa do próprio governo".
Nepotismo no Senado
“Essa questão está praticamente resolvida no Congresso Nacional, na medida em que todos os casos que foram detectados mereceram providências. A súmula do Supremo Tribunal Federal foi muito rígida. Ela obrigou, então, a que se procedesse também com a maior rigidez. Então, tivemos situações embaraçosas e tensas. Eu tive que demitir o advogado do Senado. Eu pedi um enunciado, e a Mesa me apoiou, para facilitar o cumprimento da súmula do STF contra o nepotismo. E o advogado enveredou por uma interpretação da súmula. Nós tivemos que demiti-lo. Ele talvez não tenha agido de má-fé, mas deixou o Senado numa situação complicada”.
Sucessão no Senado
“O senador Tião Viana lançou-se candidato com apoio do PT. Ele acha que o PMDB terá a presidência da Câmara dos Deputados em função de um acordo feito em 2007, quando Arlindo Chinaglia, do PT, foi eleito para o cargo. Como tudo indica que em 2009 um deputado do PMDB vai presidir a Câmara, o PT quer a presidência do Senado. Mas isso não está sendo aceito tão pacificamente. O PMDB tem a maior bancada do Senado e da Câmara. Pelo critério matemático, o PMDB poderia presidir as duas Casas. Mas há sempre a ponderação de que a Câmara e o Senado não deveriam ficar com o mesmo partido. Então, diante dessas tendências diferente, não há uma definição”.
Candidatura de Dilma
“O presidente já tinha ensaiado o lançamento da candidatura de Dilma, mas nesta semana deu uma palavra mais peremptória afirmando que seria ela a candidata. O presidente, de certa maneira, atropelou o processo. Até mesmo no PT, o partido dele, há quem diga que não deveria ter feito assim. Deveria ter esperado. Imagine entre os aliados. E não me referi apenas ao PMDB, mas também aos demais”.
Candidatura a vice-presidente
“Eu não tenho voto para isso”.

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