segunda-feira, 7 de julho de 2008

O ENCONTRO DE FÁTIMA BEZERRA E GIOVANNI SÉRGIO NA VISÂO DE SEBASTIÃO VICENTE

O www.muitasoutras.com.br abre uma janela e reproduz o texto do escritor e jornalista, Sebastião Vicente, publicado no blog http://www.sopãodotião.com.br/, sobre o encontro da candidata com o fotógrafo.
Mais um belo texto de Sebá.

BEM NA FOTO

Sábado à noite, num estúdio fotográfico em Natal, juntaram-se duas pessoas muito importantes na vida dessa cidade: o fotógrafo Giovanni Sérgio e a deputada federal e candidata a prefeita, Fátima Bezerra (PT).De um lado, o primor da técnica iluminada pela sensibilidade. Giovanni, de longe o melhor fotógrafo da cidade - que é farta em talentos nessa área - é aquele sujeito cabreiro de olho atento, comentários certeiros, palavras muito bem escolhidas e ainda melhor distribuídas nas frases da conversa mais rotineira. Melhor do que falar da fotografia consagrada de Giovanni é fazer uns comentários sobre a maneira como ele bate um papo com a gente, sacando idéias e propondo questões da maneira mais casual, mas - e aqui está o detalhe da conversa que desvenda a qualidade do fotógrafo - sempre marcado pela exatidão. Poucas palavras, muito significado: fotografia, eis a conexão.De outro lado do encontro de sábado à noite, a sindicalista que testemunhou um outro tempo, pôs-se à prova em eras de greves, passeatas e assembléias, mas sabiamente soube se reformatar conforme a mudança dos ventos, a revisão dos conceitos, a guinada histórica que o país atravessa e muita gente se nega a ver. Fátima Bezerra, presidente do Sindicato dos Professores do RN, tratava a nós, humildes repórteres da editoria geral, como "nêgo" - o doce carinho que faz a gente perdoar toda e cada um das burrices da esquerda. Depois, Fátima se fez deputada federal e, nessa condição, viu-se em palanque aberto ao apedrejamento como toda uma geração de parlamentares petistas eleitos na primeira onda Lula. Parte dos ocupantes desceu do palanque com um discurso ético na boca e uma idéia oportunista na cabeça. Parte se manteve lá, suportando as pedradas no trabalho diário do exercício da política. Fátima teve a sabedoria e a paciência de permanecer no palanque avariado e só por isso eu já seria seu fã. Mas ela não ficou parada por lá: ela esteve à frente de complicadíssimas negociações salariais entre várias categorias do funcionalismo público e o Palácio do Planalto. Soube administrar a ansiedade classista dos servidores e a disponibilidade prática do Executivo. Não ficou no discurso, não se pendurou na corda da ética. Continuou trabalhando, como vaticionou Lula, segundo Gilberto Carvalho. Tampouco se escondeu por trás de um p-sol. Agora, está novamente colocando seu rosto, sua prática e sua história na janela eleitoral com que o brasileiro vai redefinindo o país.Então: sábado à noite, Fátima se encontrou com Giovanni. Entre os dois, um equipamento fotográfico, idioma de tradução livre entre vários outros que pretendem, lançada a campanha, projetar a imagem da candidata. Foram três séries de fotografias, com a produção que a candidata merece e a dedicação que o fotógrafo sugere. Você certamente vai ver por aí, nos muros ou nos folhetos, o resultado dessa sessão de fotos. Quando a vir, repare: lá não está somente a face da candidata, mas o rosto de um projeto. Não deixa de ser uma propaganda, uma imagem publicitária. Mas também é impossível que tal imagem não contenha o halo da percepção que marca o clic do fotógrafo. Seus olhos verão Fátima, em campanha. Mas seu cérebro, ainda que inconscientemente, vai registrar Giovanni, em ação.

Nenhum comentário: